O desgaste na cabeça e nos braços da escultura de Carlos Drummond de Andrade, que fica no calçadão da Praia de Copacabana, são a prova da sua popularidade. Fazer uma selfie, contar um segredo ou simplesmente dar um abraço no poeta mineiro feito de bronze parecem ser quase uma obrigação para quem passa por ali. O que os milhares de fãs da estátua sequer imaginam é que no bairro ao lado alguém conseguiu realizar o sonho do Drummond próprio. A relações-públicas Renata Dória mora com uma réplica da escultura há três anos em seu apartamento, em Botafogo.
De longe, a semelhança é gigantesca. Mas ela se desfaz no mesmo minuto em que Renata pega Drummond no colo para levá-lo até a cozinha.
— Normalmente, ele fica sentadinho na mesa de jantar, tem até um lugar só dele. Mas gosto de tê-lo por perto quando estou na cozinha fazendo café. É sempre bom ter uma companhia nessa hora — brinca.
Enquanto o poeta da praia tem 150 quilos, o de Renata não deve pesar mais do que dois, pois é feito de isopor. O toque realista fica por conta da pintura automotiva, que remete ao bronze e até ao desgaste do tempo. Como foi parar por ali? A relações-públicas trabalha com produção de eventos e, num deles, que tinha como cenário alguns pontos conhecidos do Rio de Janeiro, uma estátua do Drummond de mentirinha foi providenciada para ser colocada no calçadão de Copacabana.
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