Em 2012, após a Plastivida se tornar signatária da “Declaração Global da Indústria dos Plásticos”, movimento mundial do setor pela preservação do ambiente marinho, a entidade firmou um convênio com o Instituto Oceanográfico da USP (IO/USP) para a realização de um projeto técnico-científico sobre o tema. Em outubro, a Plastivida lançou o “Fórum Setorial dos Plásticos - Por Um Mar Limpo”, para ampliar os debates sobre os caminhos e as alternativas de mitigação para o problema dos resíduos nos oceanos.

Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP (IO/USP), vem coordenando os trabalhos em conjunto com a Plastivida desde 2012 e tem participação no grupo de discussões sobre o tema Lixo nos Mares no Ministério do Meio Ambiente.

Plastivida: Quando o assunto é poluição nos rios e mares, o plástico aparece como um dos grandes vilões. No caso dos oceanos, quais são os grandes responsáveis pelo descarte de lixo?

Alexander Turra: Os estudos mostram que cerca de 80% dos itens encontrados no mar são provenientes de atividades em terra, derivadas principalmente de um conjunto de má gestão dos resíduos, planejamento urbano e distribuição de renda.

Plastivida: Existe a possibilidade de uma redução significativa do lixo espalhado nos oceanos? Como esse trabalho poderia ser feito?

Alexander Turra: Certamente. Esse trabalho tem que ser estruturante e continuado, atacando os gargalos que mencionei acima, sendo o controle social (educação e cidadania) a peça-chave para que o combate a essa questão faça parte da agenda de todos os segmentos da sociedade. Isso é o que se espera da plataforma setorial e multisetorial sobre o lixo nos mares.

Plastivida: Na sua opinião, qual a solução para o problema do lixo nos oceanos?

Alexander Turra: Que a sociedade chame a responsabilidade sobre seus atos. Para que isso surta efeito, é necessária uma ação que dê visibilidade às boas práticas, para serem disseminadas, e identifique pontos a serem combatidos. Em resumo, a grande estratégia passa pela educação e por ações que permitam transparecer o problema e seus responsáveis mais diretos para que o controle social possa acontecer.