Abaixo está a carta que a Plastivida encaminhou à Veja.com, em resposta a matéria “Aquecer comida em potes de plástico pode provocar doenças?”, assinada por Gabrielli Menezes:
Prezados senhores
Foi com extrema preocupação que a Plastivida tomou conhecimento da matéria: “Aquecer comida em potes de plástico pode provocar doenças?”, assinada por Gabrielli Menezes e publicada no Blog da Veja São Paulo, no dia 21/12. O texto contém uma série de incorreções sobre os plásticos e seus componentes, trazendo desinformação ao leitor e expondo, assim, a sociedade a informações infundadas e alarmistas.
Embora a matéria afirme que o BPA está presente apenas no plástico Policarbonato, ela dá a entender que todos os utensílios domésticos são fabricados com Policarbonato, o que não condiz com a realidade. A grande maioria - plásticos usados em garrafas, squeezes, embalagens de alimentos, utensílios de cozinha, pratos, talheres plásticos, copos, filmes plásticos, potes de freezer e microondas (“tupperwares” e similares), entre outros - é fabricada com outros plásticos que não contêm Bisfenol A (BPA).
Embalagens plásticas estão presentes no dia a dia da sociedade, em aplicações fundamentais à saúde e ao bem estar, como na medicina, em embalagens de água e de alimentos, que têm como objetivo a segurança, proteção, a qualidade de vida, a redução de perdas e manutenção da qualidade dos produtos embalados.
As legislações que determinam materiais e embalagens que entrem em contato com alimentos, bebidas, soro, sangue etc, em vigor no Brasil, nos Estados Unidos ou na Europa, estabelecem que os materiais de embalagem “não devem ceder, nas condições previsíveis de uso, substâncias indesejáveis, tóxicas ou contaminantes, que representem um risco para a saúde do consumidor ou que possam modificar a composição dos alimentos ou suas características sensoriais” (BRASIL, 2001; PARLAMENTO EUROPEU, 2004; 21CFR 174. 50). Tendo como princípio que as embalagens devem ser seguras e inertes, são estabelecidos nas legislações critérios a serem seguidos pelos materiais em contato com alimentos.
Nos Estados Unidos, as embalagens de plásticos que entram em contato com alimentos são rigidamente regulamentadas pela Food and Drug Administration (FDA). No Brasil, a mesma preocupação de se garantir produtos seguros aos consumidores se dá por meio de regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que aprova o uso de embalagens plásticas para diversas aplicações, dentre elas as citadas no texto. Esse processo se repete em diversos países.
Além desses órgãos, outras entidades estudam o BPA e os plásticos usados em embalagens para alimentos. Em janeiro de 2015, a European Safety Authority (EFSA) emitiu relatório afirmando que o BPA não apresenta risco à saúde. Diz o texto: “...the health risk for all population groups is low – including for fetuses, infants, young children and adults”. Além do FDA e EFSA, outros órgãos regulamentadores tem chegado a conclusões científicas similares, tais como Health Canada – Canadá, Food Standards Autralia New Zeland – Austrália e The Janpanese National Institute of Advanced Industrial Science and Technology – Japão.
Para evitar a contaminação química dos produtos alimentícios, se aplicam no mundo todo legislações baseadas na segurança dos produtos. Desta forma, são estabelecidas Listas Positivas das substâncias que podem ser utilizadas na composição de materiais para contato com alimentos. Assim funcionam, por exemplo, As legislações da União Europeia e do Brasil/Mercosul, dentre outros países ou blocos econômicos. O Policarbonato está incluso nas Listas Positivas, o que reforça a segurança do uso deste produto.
Dessa forma, são incompreensíveis os questionamentos sobre os produtos plásticos e o BPA, demonstrando que são ignorados os extensos e profundos estudos científicos de anos de pesquisas, realizados por entidades sérias e extremamente conceituadas, responsáveis pela comprovação da segurança dos materiais e produtos por elas regulamentados.
Do ponto de vista do aquecimento de alimentos em microondas ou mesmo no caso de armazenar alimentos quentes, recém tirados das panelas, informamos que um recipiente de plástico aquece no forno de microondas apenas por condução, ou seja, pelo contato com o alimento. Desta forma, não ocorre nenhuma transformação significativa no material plástico submetido ao forno de microondas do que aquela decorrente do seu aquecimento pelo contato com o alimento.
São diversas variáveis que impactam o uso de um produto em fornos de microondas e por isso embalagens e produtos que entrem em contato com alimentos, independentemente da sua matéria prima, são avaliados e regulamentados pelos órgãos responsáveis, que atestam sua segurança à saúde humana. Esta é a razão para que diversos produtos tragam em sua rotulagem a informação de que seu uso em microondas é apropriado ou não e os plásticos, independentemente da presença ou não do BPA na sua composição, não fogem à regra e são largamente utilizados.
Do ponto de vista da indústria, esse tipo de matéria gera extremo desconforto, pois termina por denegrir a imagem de um produto tão fundamental na vida das pessoas como os plásticos, ou seja, é um desserviço ao consumidor e à sociedade.
A Plastivida trabalha para que as informações corretas sobre o plástico, seu uso responsável e descarte adequados cheguem à população, para que ela tenha a certeza de que os plásticos oferecem importantes benefícios, especialmente na qualidade de vida das pessoas. Sendo assim, solicitamos espaço neste conceituado veículo para esclarecer os mitos e fatos aqui expostos a respeito dos plásticos, considerando o respeito ao leitor acima de tudo.
Aguardamos seu contato.
Miguel Bahiense
Presidente - Plastivida