A ideia não é substituir o útero da mãe completamente, mas ajudar os prematuros
Numa gestação, 24 semanas é uma data importante. É nesse momento, um pouco mais da metade da gestação, que o bebê tem pelo menos uma chance de sobreviver fora do corpo da mãe. Apesar de as probabilidades não serem boas, existe a possibilidade. Apenas metade dos bebês nascidos com seis meses sobrevive.
Antes de seis meses, o bebê ainda não desenvolveu seus pulmões. Por isso, a taxa de sobrevivência cai para 25%, levando em consideração um ótimo suporte médico. Mas e se as condições do útero pudessem ser replicadas fora da mãe? É exatamente esse o ponto de partida de um estudo feito na Filadélfia, nos Estados Unidos.
Na última terça-feira, 25, pesquisadores do Children’s Hospital, da Filadélfia, mostraram que conseguiram desenvolver um útero artificial capaz de manter cordeiros, entre 15 e 19 semanas, vivos (o que equivale mais ou menos de 22 a 23 semanas em humanos). O útero artificial é chamado de Biobag. Em oito dos 23 casos, os cordeiros sobreviveram até seu “nascimento ideal”, quando foram removidos do útero artificial.
A Biobag tem líquido amniótico e é conectada com uma corrente de sangue oxigenado como o cordão umbilical. O útero artificial também mantém a temperatura e a pressão estáveis.
Apesar de o desenvolvimento humano não ser igual o dos cordeiros, Alan Flake, diretor do Children’s Institute for Sirurgical Science, da Filadélfia, disse estar confiante de que o recurso vai estar disponível para testes neonatais em três anos.
A ideia não é substituir o útero da mãe completamente. A gestação humana é complicada demais para ser replicada em laboratório. A ideia é usar o útero artificial para ajudar bebês prematuros a se desenvolver normalmente.
Fonte: Opinião e Notícia