Posicionamento da Plastivida sobre o banimento dosplásticos de uso único ou descartáveis
Sobre a sanção do prefeito de São Paulo ao Projeto de Lei 99/2019, que propõe o banimento de produtos plásticos de uso único, a Plastivida - Instituto Socioambiental dos Plásticos vem se posicionar de forma contrária a iniciativas restritivas como esta.
No dia 10 de janeiro, depois das comemorações do Réveillon, as imagens do lixo de todo tipo jogado nas praias e nas ruas – mesmo nas cidades que contam com a proibição de canudos plásticos – deixaram claro que leis de banimento não despertam a consciência quanto à preservação do ambiente.
O banimento não educa a sociedade a consumir conscientemente, sem desperdício; não sensibiliza as pessoas nem os estabelecimentos comerciais a separarem e destinarem seus resíduos para a reciclagem; não incentiva o poder público a ampliar a capilaridade dos serviços de coleta seletiva para que os recicláveis cheguem às empresas de reciclagem, fomentando este setor que gera empregos, renda e tributos; e faz com que o mercado coloque no lugar dos plásticos, opções muitas vezes mais danosas ao meio ambiente, nem sempre recicláveis e que também irão parar nos esgotos, rios, mares e ruas da mesma forma. Todos perdem. É a nossa consciência ambiental que permite definir o que é um produto de uso único, pois podemos reutilizar e reciclar aumentando a vida útil desses produtos. Não precisamos de mudança de matérias primas, mas sim de mudança de comportamento e, somente a partir da informação técnica e da educação ambiental é que a sociedade pode aprender a consumir conscientemente e a descartar corretamente os produtos após a sua vida útil.
Este é o verdadeiro problema. O plástico não é o vilão. Substitui-los por outras matérias primas e produtos não permitirá o entendimento do papel dos diversos atores da sociedade na preservação do meio ambiente. A cidade perde uma grande oportunidade de propor, por meio de Lei, um amplo debate que contribuísse definitivamente com a educação ambiental desses atores para que, assim, permitisse o envolvimento de todos num movimento compartilhado de promoção da reciclagem, inserindo a cidade definitivamente nos conceitos de Economia Circular. Miguel Bahiense Presidente |