Após a regulamentação da Lei paulistana sobre o uso das sacolas plásticas pela população, as sacolinhas nas cores verde e cinza poderão se tornar um veículo impulsionador da reciclagem e descarte correto do lixo doméstico no município de São Paulo.

Entendemos que a determinação da Prefeitura de São Paulo em promover o reuso das sacolas plásticas é positiva e se fortalece à medida em que a população seja o agente direto da separação adequada do lixo gerado na cidade.

No entanto, a cobrança das sacolas por parte dos supermercados resultará em prejuízo para o bolso do consumidor e será um fator impeditivo para execução da operação de coleta seletiva na cidade de São Paulo, conforme deseja a Prefeitura.

Entendemos que se as sacolas forem vendidas pelos supermercados, o consumidor será penalizado e naturalmente não comprará as sacolas plásticas nas cores verde e cinza.

Como consequência imediata, o projeto de coleta seletiva e de outros resíduos da prefeitura de são Paulo não será viabilizado, pois as sacolas não terão o alcance necessário para levar o lixo reciclável às centrais municipais de triagem e a prefeitura não atingirá o seu objetivo de educar a população a colocar resíduos recicláveis nas sacolas verdes e resíduos não recicláveis nas sacolas cinzas.

Os supermercados que decidirem cobrar pelas sacolas contribuirão definitivamente para o prejuízo ao consumidor e ao meio ambiente.

O consumidor já paga pelas sacolas que transportam suas compras. Seu custo está embutido pelos supermercados nos produtos adquiridos e é seu direito receber essas sacolas ao final de suas compras. Caso os supermercados cobrem pelas novas sacolas, haverá duplicidade de cobrança, o que é inaceitável em qualquer relação comercial e à luz do Código de Defesa do Consumidor.

Estudo realizado pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas revelou que, em caso de suspensão da distribuição de sacolas plásticas, as famílias terão um aumento de gastos mensais com embalagens de 146,1%, equiparando desta forma aos custos com o arroz e o feijão.

Sem as sacolas plásticas verdes e cinzas, estabelecidas pela Prefeitura, o descarte do resíduo domiciliar, reciclável ou não, tenderá a ser incorreto e realizado de forma aleatória, a céu aberto, promovendo contaminação, proliferação de vetores e clara ineficiência das recentes centrais de triagem de resíduos recicláveis, que exigiram elevados investimentos da Prefeitura de São Paulo.