A lei contrária ao uso do EPS havia entrado em vigor em janeiro de 2015 e foi revogada em primeira instância em setembro do mesmo ano, como consequência de uma ação movida pela empresa Dart Container Corporation (fabricante de EPS), pela Restaurant Action Alliance NYC (coalisão entre os proprietários de restaurantes de Nova York) e por empresas de reciclagem. A ação comprovou a existência de um mercado e de uma infraestrutura para a reciclagem das embalagens de EPS/XPS.

A cidade de Nova York tentou recorrer à revogação e essa tentativa foi negada pela Suprema Corte do Estado de Nova York, eliminando em definitivo a proibição do uso dessas embalagens no município.

A Dart Conteiner, a Restaurant Action Alliance NYC e as empresas de reciclagem acreditam que essa vitória pode se tornar um ganho para a cidade de Nova York do ponto de vista ambiental e social, com o engajamento da prefeitura na coleta seletiva e no projeto de reciclagem do EPS.

O EPS — O Poliestireno Expandido, no Brasil conhecido como Isopor?, marca registrada da empresa Knauf é um plástico e sendo assim, é inerte, atóxico e 100% reciclável. Em função de sua versatilidade, leveza, resistência e excelente custo-benefício, o EPS tem ganhado, ao longo dos anos, espaços em mercados relevantes, oferecendo bem-estar à população, assim como economia e vantagens ambientais: .Promove economia de energia e de água quando aplicado em construções;

. Oferece redução nas emissões de gases, por ser leve ao transporte;

. Está presente na medicina, preservando a integridade de medicamentos e insumos e garantindo a saúde das pessoas;

. Preserva a qualidade dos alimentos no caso das embalagens, entre tantas outras utilidades;

. Acondiciona e protege bens duráveis como eletrodomésticos, computadores, entre outros.

A reciclagem do EPS no Brasil —A indústria de reciclagem do EPS no Brasil existe e é representativa na geração de emprego e renda.

Segundo dados apurados pela Plastivida, entidade que representa a cadeia produtiva dos plásticos em seu viés sustentável, em 2012, o país reciclou 34,5% do EPS que consumiu, ou seja, 13.570 toneladas das 39.340 toneladas de EPS pós-consumo (estudo Plastivida/Maxiquim). Se levarmos em conta que menos de 20% dos municípios contam com sistemas de coleta seletiva, esse número é bastante elevado.

Em 2012, as 22 recicladoras de EPS do Brasil faturaram juntas R$ 85,6 milhões e empregaram 1.413 pessoas. Essas empresas representam uma capacidade instalada para reciclar 30.473 toneladas. Ou seja, há espaço para se reciclar mais e para isso é necessário se coletar mais.

Segundo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, falar em banimento desse ou daquele produto é falar em retrocesso. É abrir mão de um processo de desenvolvimento em prol da qualidade de vida, e pior ainda, muitas vezes de forma a não gerar nenhum benefício ambiental. “A solução está na responsabilidade compartilhada entre indústria, população e governo para atuarem em torno da informação adequada, educação ambiental e gestão de resíduos”, afirma o executivo.