Março 2018 – O Fórum Setorial dos Plásticos – Por Um Mar Limpo, um marco na atuação do setor industrial brasileiro para compreender a origem da poluição dos mares, articular entre diversos setores e propor ações para mitigar esse problema de grandeza mundial, será apresentado na Sexta Conferência Internacional de Detritos Marinhos (6IMDC). Este, que é considerado o maior e mais relevante evento mundial sobre o tema, será realizado entre os dias 12 e 16 de março, em San Diego, Califórnia.
O professor e pesquisador, Alexander Turra, irá representar o convênio da Plastivida com o Instituto Oceanográfico da USP (IOUSP) no evento e apresentar o trabalho que vem sendo realizado desde 2012 para a mensuração e entendimento dessa questão na costa brasileira, assim como as ações realizadas pelo “Fórum Setorial dos Plásticos – Por Um Mar Limpo”, envolvendo a população, as indústrias e o poder público com vistas à prevenção e correção desse problema.
“O Fórum Setorial dos Plásticos – Por Um Mar Limpo foi selecionado entre mais de 700 temas inscritos nesse evento, o que ressalta a importância do trabalho e a necessidade de se mostrar caminhos inovadores e estratégicos para a articulação do setor produtivo em torno desse tema”, afirma Turra.
Em 2012, após se tornar signatária da “Declaração Global da Indústria dos Plásticos”, movimento mundial pela preservação do ambiente marinho, a Plastivida firmou um convênio com o IOUSP para estruturar o projeto técnico-científico sobre o tema.
Inicialmente, foi realizado um amplo levantamento bibliográfico, nacional e internacional, de artigos científicos sobre o assunto. Entre esses trabalhos, procurou-se identificar a magnitude do problema do acúmulo de resíduos, padrões relacionados à sua distribuição e às principais fontes geradoras, as abordagens metodológicas utilizadas e, principalmente, as tendências em termos de monitoramento aplicado em outras partes do mundo, buscando a comparação com o realizado no Brasil.
Foram realizados o diagnóstico e o monitoramento dos resíduos em praias brasileiras (SP, BA e AL), de forma a estabelecer séries temporais de dados e conhecer o tamanho e as características deste problema no Brasil; dimensionar a contribuição do país para o problema global, bem como levantar a origem dos resíduos nos mares e praias brasileiras.
Também foi realizado um diagnóstico sobre a poluição da Baía de Guanabara, que apontou que a participação dos resíduos plásticos é parte da poluição, além de esgoto doméstico, metabólicos de drogas e medicamentos, resíduos agrícolas e urbanos, entre outros, “o que apontou que o problema da poluição do ambiente marinho é multissetorial”, afirma Alexander Turra.
Outra conclusão a que se chegou é que grande parte do resíduo que chega aos mares vem do continente. “Assim, a degradação do ambiente marinho está fortemente associada à má gestão dos resíduos sólidos urbanos, além da questão da educação ambiental”, afirma Miguel Bahiense, presidente da Plastivida. Ele completa; “não importa o que é encontrado nos mares. Seja plástico ou não, seja reciclável ou não, não deveria estar ali. Precisamos atuar pela conscientização para evitar o descarte inadequado de qualquer tipo de produto, pois, enquanto cidadãos, temos que ser parte no processo de solução”.
Ações do “Fórum Setorial dos Plásticos – Por um Mar Limpo” – Em sua apresentação no 6IMDC, Alexander Turra terá a oportunidade de apresentar ações concretas que o Fórum tem produzido, tanto voltadas para a educação ambiental, quanto para a mitigação da poluição nos mares.
Um dos produtos desse trabalho foi o Programa “Pellet Zero” que, a partir de uma análise detalhada, mapeamento e entendimento dos diferentes processos de perda de pellets plásticos para ambientes marinhos, resultou em uma versão brasileira do Manual de Orientações “Pellets Zero”, para a orientação do setor.
Entre as ações de educação, foi criado o “EnTenda o Lixo”, uma experiência na qual os visitantes participam de um processo prático de coleta de amostras de resíduos para acompanhar a observação das características e origem do material coletado. Com base nas informações geradas, os educadores estimulam reflexões sobre as possíveis estratégias para a solução do problema. A primeira tenda foi montada em parceria com o Museu do Amanhã (RJ), durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 e o projeto segue pelo litoral Brasileiro.
O “Fórum Setorial dos Plásticos – Por um Mar Limpo” realiza diversas interações em escolas, universidades e outros eventos, levando ao conhecimento do público, não só as causas e os impactos da poluição dos mares, mas principalmente as alternativas de participação do cidadão comum na busca da solução do problema.
Este trabalho é realizado em consonância com o Governo Federal, por meio da Gerencia Costeira do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente e tem alcance inclusive internacional.
O “Fórum Setorial dos Plásticos – Por um Mar Limpo” reúne até o momento 16 instituições: além da própria Plastivida, Abief, Abiplast, Abiquim, Abrade, Adirplast, Braskem, Dow, Instituto Brasileiro do PVC, Simperj, Simpesc, Simplás, Simplavi, Sindiplast, Sinplast, Sinproquim. Conta com uma plataforma online que consolida informações, reunidas desde 2012, além das propostas de educação ambiental, prevenção, coleta e reciclagem, e passa a ser uma ferramenta dessa mobilização setorial (www.porummarlimpo.org.br).